http://transtornooposicaodesafio.wordpress.com/na-escola-27-atitudes-para-lidar-com-um-aluno-com-tod/
A IMPORTÂNCIA DAS REGRAS
Russell Barkley, um dos mais
conceituados especialistas na área da hiperatividade, considera que o
comportamento de oposição se encontra associado ao transtorno de
hiperatividade, sendo este o responsável pelas dificuldades da criança na
regulação das emoções. Por outro lado, as famílias de hiperativos parecem ter
elas próprias dificuldade em gerir as emoções, pelo que não conseguem ensinar
as crianças como fazê-lo adequadamente. Estas crianças precisam, então, de ser
educadas com alguma firmeza, temperada de afecto.
Segundo Barkley, sempre que os pais
queiram dar uma ordem devem posicionar-se perto da criança, com voz firme, sem
deixarem de ser amorosos, usando o verbo na forma imperativa. De preferência há
que olhar directamente nos olhos da criança e, se houver resistência,
socorrerem-se de uma discreta pressão física (segurar-lhe no braço, por
exemplo). Há que evitar retardar ou desistir de uma ordem quando esta já foi
proferida.
O QUE OS PAIS NÃO DEVEM FAZER
O conhecimento de certas estratégias
comportamentais pode ajudar muitos pais a corrigirem hábitos que, de uma
maneira ou de outra, acabam por contribuir para o aumento da tensão familiar.
Vamos referir alguns aspectos que devem ser evitados porque estimulam a
desobediência.
• DAR
ORDENS À DISTÂNCIA Falar de um quarto para o outro (onde
está a criança) é algo completamente ineficaz, pois ela irá manter-se desatenta
e sem cumprir a ordem. As ordens têm de ser dadas presencialmente,
assegurando-se que ela as compreendeu.
• DAR
ORDENS VAGAS Pedir à criança que se comporte “como um
bom menino” não clarifica o que se espera e o que não se espera que ela faça.
Há que ser o mais concreto possível!
• DAR
ORDENS COMPLEXAS Havendo de antemão dificuldade em fixar
na memória de curto prazo as actividades a fazer, solicitar a execução de
várias tarefas só servirá para tornar a sua realização menos provável.
• DAR
ORDENS COM ANTECEDÊNCIA Ordenar a uma criança com TOD que,
quando acabar de brincar, tem de arrumar os brinquedos, só serve para
interromper o prazer que ela está a ter, já que as ordens serão esquecidas.
• DAR
ORDENS ACOMPANHADAS DE MUITAS EXPLICAÇÕES Muitos pais, de modo a evitar parecer autoritários, perdem-se em
argumentações sobre as necessidades do cumprimento das ordens. Como a criança
não consegue estar atenta durante muito tempo, é bastante provável que no final
da explanação do progenitor ela já não se lembre da maior parte do que foi
dito.
• DAR
ORDENS SOB A FORMA DE PERGUNTA Perguntar”podes ir
agora fazer os trabalhos de casa?” deixa um espaço livre para que a criança
diga que não. As ordens devem ser claras e assertivas.
• DAR
ORDENS EM TOM AMEAÇADOR É frequente que, antevendo a batalha que
vai ser travada após uma solicitação, os pais dêem a ordem já em tom de ameaça,
como se a recusa já tivesse ocorrido. Assim, a criança vai tender a imitar o
progenitor e a reagir no mesmo tom, uma vez que o clima de hostilidade já está
instalado.
Um aspecto de enorme importância
prende-se com a consistência entre o casal, ou seja, o pai e a mãe devem
esforçar-se por ter a mesma atitude, caso contrário essa desarmonia será
facilmente detectada pela criança e até usada para manipular os progenitores.
Face a este quadro, torna-se muitas vezes necessário um acompanhamento
psicológico. O psicólogo pode ajudar a criança a lidar com a frustração e a
encontrar canais mais saudáveis de escoamento dos sentimentos de hostilidade,
ao mesmo tempo que se torna necessário ajudar os pais a lidar por essa difícil
e desgastante tarefa.
:)
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